sexta-feira, 19 de abril de 2013

Surto no meio da aula.


Existe uma constante na minha vida que é a suprema facilidade que eu tenho para me foder. Esse meu poder  para atrair merdas aos meus dias vem me acompanhando desde pequeno e na vida adulta parece que esta muito mais repetitivo, tornando um possível bom dia em um  decepcionante quase colapso psicológico. Quem me conhece sabe ou se não me conhece vai perceber ao longo dos textos que eu publicar aqui no Um Café e um Pão de Queijo que tento sempre fazer as coisas certas, da maneira certa e mais honesta possível. Pois é, eu sei que é meio piegas dizer isso, mas sou assim certinho mesmo. Foda-se o que você esta pensando.

O problema é que esse meu comportamento me traz mais problemas do que uma bela vida tranquila, como eu sempre quis. O fato de que eu seja honesto em dizer a verdade, não jogar a culpa nos outros, assumir responsabilidades e fazer o certo, mesmo que eu me foda, faz com que as pessoas se aproveitem disso para se dar bem. Mas isso já é um assunto que pretendo abordar em vídeo. Vai ficar mais interessante.

A história que trago aqui para vocês não é tão antiga e talvez não tão incomum quanto a última que descrevi neste humilde blog. Essa história (detalhe para o HIstória, não é mentira. Aconteceu de verdade) é do dia em que uma "professora" da faculdade surtou completamente comigo. O por quê, até hoje tento entender.

Era uma Segunda Feira e eu cheguei na Faculdade com aquela típica cara de segunda pós trabalho. Querendo ir embora e de saco cheio de qualquer coisa que pudesse aparecer na minha frente. Entrei na sala e me dirigi a minha cadeira de costume. Encontrei alguns amigos e eles puxaram assunto sobre qualquer coisa que não me lembro bem. Lembro que estávamos rindo pelas besteiras ditas quando entrou a professora. 

A sala inteira estava conversando entre si e o barulho estava realmente bem alto, pois devido a falação alta precisávamos muitas vezes gritar pra alguém nos ouvir, mas dane-se, a aula não tinha começado mesmo. A professora era uma pessoa meio estranha, que insistia em pronunciar a palavra "gente" a cada três ditas (uma vez, dediquei uma das aulas dela, somente para contar quantos "gente" ela iria dizer. Foram mais de 500) e também por outras excentricidades. Essa professora já vinha caindo no desagrado da sala, pois não conseguia explicar a matéria com clareza, deixando os alunos confusos e com medo das provas que viriam pela frente. A matéria em questão era Sistemas de Informação, que particularmente eu não tinha problemas, muito diferente das aulas de Controladoria que faziam meu estomago revirar toda vez que eu via um Razonete. 
A professora era igualzinha o Rodela
Eu não tinha dificuldades com a matéria por causa da profissão que seguia na época. Praticamente falava daqueles assuntos no meu dia inteiro, mas para o resto da sala a matéria de Sistema de Informação representava o mesmo tormento que a de Controladoria pra mim, e com uma professora que não conseguia explicar o que cairia nas provas eles logo começaram a ficar impacientes e faltar nas aulas, questionar a professora e o pior, conversar no meio das explicações. Juntando todos esses fatos e o mais grave, que foi o que eu cometi (tinha que ser eu) tudo virou uma grande merda, como sempre.

Em uma das aulas a professora (que provavelmente assumiu a turma por falta de professor mais entendido do assunto, pois ela não entendia nada do que estava dizendo) tentava explicar uma das matérias e resolveu usar como exemplo o OS Windows dizendo que naquele mesmo dia, aquele fatídico dia ela tinha comprado um Windows 10. Você, meu amigo que não é um expert em informática não daria um deslize desse. Me diga então, como uma Professora de Sistemas de Informação, faria isso? Eu poderia ter ficado quieto, poderia ter colocado o fone de ouvido e ignorado, mas não. Eu tinha que ter corrigido ela na frente de todos os alunos, comprovando sua ignorância e falta de conhecimento na área.

Ela obviamente não gostou... mas voltando a aula de segunda.

Como todos os alunos estavam falando alto, ela precisou dar uns pequenos berros pra que todos ficassem quietos, depois de algumas tentativas ela finalmente conseguiu. Eu e meus amigos estávamos rindo e eu olhei para ela sorrindo, simplesmente sorrindo. Ela explicava algo sobre o trabalho que ela daria (um seminário) e eu mais uma vez, poderia ter ficado quieto, mas nãooooooo....

Levantei a mão e no mesmo momento interrompi a professora perguntando sobre a data de entrega do trabalho. Es que fui surpreendido aos berros da tal professora que do alto de seus 1,60 de altura tentava se engrandecer e dizia coisas como: "Cale a boca", "Não é por que você entende mais que os outros que você pode falar o que quiser...", "Sou chão de fábrica", "Não tenho medo de você..." e etc...

A Sala ficou em silêncio, verdadeiramente pela primeira vez naquela noite.

Olhei pra ela sem entender a reação desesperada (era quase como se ela estivesse gritando em uma passeata ativista ou sei lá) e eu disse: "Eu apenas ia fazer uma pergunta sobre o trabalho, não pode?", ela retruca dizendo "Você esta rindo da minha cara, eu não sou palhaça!" e eu "Eu apenas olhei sorrindo para você, agora eu não posso sorrir, também?"...

É claro que a situação não foi bonita e tão pouco engraçada naquele momento. A sala inteira ficou desconfortável e de boca aberta com a cena contracenada pela professora. Mas não tinha o que fazer. Olhei para meu amigo que disse "Deixa queto...", como quem já sabia que se eu tentasse me explicar ou falar mais alguma coisa, iria piorar o surto da louca.

Naquele momento só tive uma certeza: Tirar 10 no trabalho que a doida passou. Foi o que eu fiz! Fiz ela reconhecer o bom trabalho que fiz e me dar 10 na frente de todos os alunos.

Até hoje acho que se encontrar ela ou até mesmo o Rodela, saio correndo.


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